quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Misterioso caso do primeiro andar





MISTERIOSO CASO DO PRIMEIRO ANDAR
( Anne Lieri)


Na cena do crime o inspetor olhou mais uma vez aquelas circunstâncias.
O homem caído de costas sobre a cama, um tiro no peito, a arma na mão...No quarto,apenas a cama, um criado mudo com um abajour,cortinas...Todas as janelas e portas trancadas.
Para os outros investigadores se tratava de um caso de suicídio,mas não para o inspetor!
Quem se mata, deixa uma carta de despedida e atira na cabeça ou na boca para ter certeza que irá morrer rapidamente.E depois,havia algo no ar!
Na portaria as câmeras de vigilância registraram a entrada e saída de alguns moradores.
Nada fora do normal para o dia e o horário.
Intrigado, o inspetor subiu ao segundo andar.
Tocou a campainha do apartamento logo acima da vítima.
Uma moça morena de uns trinta anos e olhar vago atendeu a porta.
― Que deseja?
― Bom dia! Sou o inspetor desse caso de seu vizinho...
Impaciente, ela não o deixou terminar:
― Já disse tudo que sabia ao outro policial!
― Eu sei que não tem nada a ver isso, mas poderia dar uma olhada na janela do seu quarto? Pode ajudar a esclarecer algumas coisas...sei que não é comum,mas creio que não se negará a me auxiliar...
Tratou de dar um tom informal a sua fala.
Vencida pelo cansaço de uma noite mal dormida,devido aos acontecimentos no prédio,ela o deixou entrar.
Ele observou a sala:pequena,simples,mas de bom gôsto!
Foi direto ao quarto:uma cama de casal, dois criados mudos, dois abajures,o retrato de um casal, guarda roupa,cortinas,tapetes, uma penteadeira cheia de badulaques e só.Olhou alguns instantes pela janela que dava para a rua principal.
Agradeceu a moça e saiu,sem deixar de tropeçar no tapete...o que sempre lhe acontecia,pois era muito estabanado!
Quinze minutos depois voltou com dois policiais e deu ordem de prisão para a vizinha do segundo andar.
― Não fui eu.Não fiz nada! Nem poderia entrar no apartamento!
― Essa foi a questão que me intrigava:como você entrou?
Senti o perfume feminino no ar, o mesmo que você usa...mas isso não prova nada...quando tropecei no tapete vi o alçapão que liga o seu apartamento ao do seu vizinho,que na verdade é seu amante...assim você entrou e saiu sem passar pelas camêras de segurança.Pelo retrato vi que seu marido é bem mais velho e talvez, viaje muito!
― Mas por que eu mataria meu vizinho,ainda mais se ele fosse meu amante?
― Porque ele queria se casar com você...e isso não lhe é interessante,pois seu marido lhe dá tudo que quer e nosso amigo lá embaixo, não tinha tantos recursos...Se não casasse,ele poderia dar com a língua nos dentes...
E dizendo isso pegou uma caixinha com um anel de brilhantes em cima da penteadeira.
― Tenho certeza que aqui estão as impressões digitais de nosso falecido....podem levar!
Sem defesa, a jovem só fez suspirar!


Essa é a minha participação na 18ª edição desafio do Projeto Creativite.
A palavra “inspetor” deveria aparecer quatro vezes.
Clique no link para participar:

5 comentários:

chica disse...

Ficou ótimo,Anne e cumpriste direitinho a proposta...Legal! beijos,tudo de bom,chica

LUCONI MARCIA MARIA disse...

Menina que criatividade ficou muito bom, parabéns, beijos Luconi

Caca disse...

Anne, além de talentosa como escritora, você é muito perspicaz numa investigação. Minúcias que só um olhar bastante perscrutador percebe e desvenda. Excelente! Abração. paz e bem.

Bruna Morgan disse...

Olha! Bem que você poderia fazer um par de contos com esse inspetor! Ele parece ser um personagem bem interessante! Gostei!

Bruna Morgan disse...

Falando nisso estou te seguindo :*

http://bruna-morgan.blogspot.com
http://verboresenhar.blogspot.com
http://projetocreativite.blogspot.com

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